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segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Frei Luís de Sousa

Os seguintes textos servem de apoio ao estudo da obra Frei Luís de Sousa.São uma mais valia para o sucesso dos alunos.

Caracterização das personagens
D. Madalena de Vilhena (personagem principal e plana)
•Nobre e culta;
•Sentimental;
•Torturada pelo remorso do passado;
•Ligada à lenda dos amores infelizes de Inês de Castro;
•Apaixonada, supersticiosa, pessimista, romântica, sensível, frágil.
D. Madalena tinha 17 anos quando D. João de Portugal desapareceu na batalha de Alcácer-Quibir. Durante 7 anos procurou-o. Há 14 anos que vive com Manuel de Sousa Coutinho. Tem agora 38 anos. Uma bela mulher com carácter nobre, vive uma felicidade momentânea, pressentindo a infelicidade e a tragédia do seu amor. Não acredita no mito sebastianista, pois este pode trazer D. João de Portugal, pois é algo que ela teme. É com medo que a encontramos a reflectir nos versos de Camões e a sentir, como se fosse um pesadelo, com a ideia de que a sobrevivência de D. João de Portugal destrua a felicidade da sua família. D. Madalena a imaginar, a preocupação torna-se intuição, dor e angústia.


Manuel de Sousa Coutinho (personagem principal e plana)
•Modelo do ideal da época clássica;
•Nobre, cavaleiro de Malta;
•Racional;
•Bom marido e pai terno;
•Corajoso, audaz, decidido, patriota, nacionalista;
•Valores: pátria, família e honra;
•Excepções ao equilíbrio (momentos em que Manuel foge ao modelo clássico e tende para o romântico):
Manuel de Sousa Coutinho (mais tarde Frei Luís de Sousa) é um bom pai e um bom marido. Um nobre e honrado fidalgo, que queima o seu palácio, para não receber os governadores. Embora apresente a razão a dominar os sentimentos, por vezes, estes sobrepõem-se quando se preocupa com a doença da filha.
Maria de Noronha (personagem principal e modelada)
•Nobre: sangue de Vilhena e de Sousa;
•Precocemente desenvolvida, física e psicologicamente;
•Doente de tuberculose;
•Poderosa intuição e dotada do dom da profecia;
•Encarnação da Menina e Moça de Bernardim Ribeiro;
•Modelo da mulher romântica: a mulher - anjo;
•A única vítima inocente.
Maria de Noronha tem 13 anos, é uma menina bela, mas frágil, com tuberculose, e acredita com fervor que D. Sebastião regressará. Tem grande curiosidade e espírito idealista. Ao pressentir a hipótese de ser filha ilegítima sofre moralmente. Será ela a maior vítima neste drama.



Telmo Pais (personagem secundária)
•Escudeiro e aio de Maria;
•Tem dois amos: D. João e Maria;
•Confidente de D. Madalena;
•Chama viva do passado (alimenta os terrores de D. Madalena);
•Provoca a confidência das três personagens principais;
•Considerado personagem modelada num momento: durante anos, Telmo rezou para que D. João regressasse mas quando este voltou quase que desejou que se fosse embora.
Telmo Pais, o velho criado, confidente privilegiado, define-se pela lealdade e fidelidade. Não quer magoar nem pretende a desgraça da família de D. Madalena. Mas como verdade recorrente no mito sebastianista, acredita que D. João de Portugal há-de regressar. No fim, acaba por trair um pouco a lealdade de escudeiro pelo amor que o une à filha daquele casal, Maria.



Romeiro / D. João de Portugal (personagem principal, central e modelada)
•Nobre (família dos Vimiosos);
•Cavaleiro;
•Ama a pátria e o seu rei;
•Imagem da pátria cativa;
•Ligado à lenda de D. Sebastião;
•Nunca assume a sua identidade;
•Exemplo de paradoxo/contradição: personagem ausente mas que, no desenrolar da acção, está sempre presente.
O Romeiro apresenta-se como um peregrino, mas é o D. João de Portugal. Os vinte anos de cativeiro transformaram-no e já nem D. Madalena o reconhece. D. João de Portugal, de fantasma invisível na imaginação das personagens, vai lentamente adquirindo perfis até se tornar na figura do Romeiro que se identifica como "Ninguém". O seu fantasma anda sobre a felicidade daquela casa como uma ameaça trágica. E o sonho torna-se realidade.
Frei Jorge Coutinho (personagem secundária e plana)
•Irmão de Manuel de Sousa;
•Ordem dos Dominicanos;
•Amigo da família;
•Confidente nas horas de angústia;
•É quem presencia as fraquezas de Manuel de Sousa.
Frei Jorge, irmão de Manuel de Sousa, amigo da família e confidente nas horas de angústia, ouve a confissão angustiada de D. Madalena. Vai ter um papel importante na identificação do Romeiro, que na sua presença indicará o quadro de D. João de Portugal.





Tempo
•Informações temporais dadas através das falas das personagens;
•Período vasto de tempo (21 anos) mas a acção representada tem apenas uma semana;
•Batalha de Alcácer Quibir (1578) + 7 anos + 14 anos
Primeira sexta-feira (27 de Julho de 1599) aos + 8 dias à Segunda sexta-feira (4 de Agosto de 1599) – HOJE (2º acto);

5 De Agosto (consequências do hoje) - madrugada
•Em cena temos apenas duas partes de dois dias;
•Tempo histórico (o desenrolar da acção está dependente da batalha);
Tempo da acção
•Ao afunilamento do espaço corresponde uma concentração do tempo dum dia especial da semana: 6ª feira;
•As principais cenas passam-se durante a noite.
Mais informação em:
http://www.notapositiva.com/resumos/portugues/freiluissousa.


Espaço físico Acto 1º
Palácio de Manuel de Sousa Coutinho, em Almada.
Câmara antiga, ornada com todo o luxo e caprichosa elegância portuguesa dos princípios do século XII. É, pois, um espaço sem grades, amplamente aberto para o exterior, onde as personagens ainda gozam a liberdade de se movimentarem guiadas pela sua vontade própria. Através das grandes janelas rasgadas domina-se uma paisagem vasta. – É o fim da tarde.

Acto 2º
Palácio que fora de D. João de Portugal, em Almada, que agora pertença a D. Madalena.
Salão antigo de gosto melancólico e pesado, com grandes retratos de família, muitos de corpo inteiro; estão em lugar de destaque o de el-rei D. Sebastião, o de Camões e o de D. João de Portugal. Portas do lado direito para o exterior, do esquerdo para o interior, cobertas de reposteiros com as armas dos Condes de Vimioso. Deixa de haver janelas e as portas, ainda no plural, são já mais destinadas a cercar as personagens que a deixá-las escapar.

Acto 3º
Parte baixa do Palácio de D. João de Portugal, comunicando pela porta à esquerda do espectador, com a capela da Senhora da Piedade na Igreja de S. Paulo dos Domínicos de Almada: é um casarão sem ornato algum. Arrumadas às paredes, em diversos pontos, escadas, tocheiras, cruzes e outros objectos próprios para uso religioso. É alta noite.


Espaço social (costumes e mentalidades que definem uma época)
•Características do palácio de D. Manuel à família da aristocracia;
•Madalena lendo à Sendo mulher, usufrui de educação;
•A existência de Telmo, Doroteia, Miranda;
•Maria lendo “Menina e Moça” de Bernardim Ribeiro;
•D. João servia ao lado de D. Sebastião;
•Peste à população com más condições; a Almada não chega a peste devido à falta de comunicação;
•Os casamentos não eram feitos por amor à D. Madalena casa com D. João por obrigação;
•D. Madalena fica com tudo o que era de D. João à os casamentos eram feitos com base na partilha;
•Maria é uma filha ilegítima por ser filha de um segundo casamento; Más comunicações: um cativo na terra santa não consegue fazer saber-se que está vivo e a família também não o encontra;
•O marido funciona, muitas vezes, com pai da esposa, pois esta é muito mais nova que ele.
Mais informação em:
http://www.notapositiva.com/resumos/portugues/freiluissousa.htm
O mito Sebastianista Após a derrota de Alcácer Quibir e o desaparecimento do Rei D. Sebastião (1578). A comunidade ficou sob o domínio castelhano. Julgou-se que só a fé excêntrica poderia salvar-nos. Durante o séc. XIX, o sebastianismo foi passando a esfera política. O sonho heróico de D. Sebastião, a sua morte na batalha, o mito do seu regresso e a quimera do Quinto Império inspiram poetas e prosadores.
No Frei Luís de Sousa, o mito sebastianista alimenta, desde o início, o conflito vivido pelas personagens, na medida em que a aceitação do regresso de D. Sebastião implicava idêntica possibilidade da vinda de D. João de Portugal, que combatera ao lado do rei na batalha de Alcácer Quibir, o que, desde logo, colocaria em causa a legitimidade do segundo casamento de D. Madalena. Não é inocente, nem fruto do acaso, o facto de Garrett ter concebido que Madalena aparecesse em cena justamente a ler Os Lusíadas. Efectivamente, tal facto está também associado ao mito sebastianista que, deste modo, marca a obra desde o seu início.
Quem se encarregará, pois, de dar corpo a este mito é Telmo, o velho criado, quem associa à fé no retorno do Rei a convicção de que D. João de Portugal, seu amado amo, um dia aparecerá.


Retirado de :
http://www2.eb23-tadim.rcts.pt/docs/peste_negra/index.htm
http://www.suapesquisa.com/idademedia/peste_negra.htm

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